Mensagem do Líder Supremo sobre o
Hajj 2012 (25/10/2012)
Em nome de Deus, o Clemente, o
Misericordioso
O louvor é para Deus, Senhor dos
mundos, e a paz e as bênçãos estejam sobre o grandioso e confiável Profeta, e
sobre sua casa impecável e sua distinta família, e seus companheiros
abençoados.
A Temporada do Hajj (Peregrinação
Maior á Mecca) – que está cheia de misericórdia e bênçãos – chegou e mais uma
vez as pessoas mais afortunadas, que foram abenoçoadas com a oportunidade de
estar presentes nesse lugar de encontro iluminado, foram preenchidas com a
graça divina. Aqui, o tempo e o espaço convidam cada um de vocês, queridos
peregrinos, á perfeição espiritual e material. Aqui, os homens e mulheres
muçulmanas com seus corações e línguas aceitam o chamado de Deus – Exaltado
Seja – a justiça, a retidão e a salvação. Aqui, todo o mundo encontra a
oportunidade de praticar a fraternidade, a sinceridade e a piedade.
Este lugar é um campo para
edificação e aprendizagem. É a demonstração da unidade, da grandeza e da
diversidade da comunidade islâmica mundial (ummah). É o campo de batalha da
luta contra Satanás e os transgressores (taghut). Deus Onisciente e Todo
Poderoso fez deste lugar, um campo onde os crentes serão testemunhas de seus
interesses. Uma vez que abrimos os olhos da sabedoria e do conhecimento, essas
promessas divinas entram em cada parte da nossa vida pessoal e social. A
característica dos rituais do Hajj é o que conecta esse mundo ao outro, e o
indivíduo á sociedade.
A Kaaba cheia de pureza e glória, as
voltas (tawaf) dos corpos e dos corações em torno de um núcleo firme e eterno,
os esforços constantes desde o ponto de partida até o distino, a migração
coletiva até esse cenário sublime desde os tempos de Arafat e Mash'ar, e a
atmosfera que impregna os corações de sinceridade, alegria e vitalidade neste
grandioso cenário espiritual, uma corrente coletiva para enfrentar o símbolo de
Satanás, e a participação de todas as pessoas - de uma grande diversidade
étnica e procedentes de lugares diferentes - nesta cerimônia cheia de segredos,
significados e sinais de orientação: essas são as únicas características deste
dever significativo.
É uma cerimônia que une os corações á
recordação divina, ilumina a saudade dos corações com uma luz de piedade e fé,
une os indivíduos derrubando os muros que eles constroem ao redor de si mesmos,
os absorve e os introduz na companhia multicolorida dos membros da comunidade
islâmica mundial (ummah), proporciona aos membros da ummah uma vestimenta que
os protege das setas venenosas dos pecados, e provoca neles um espírito de
ataque contra os demônios e transgressores (taghut). É esse lugar, onde os
peregrinos podem ver por si mesmo o quão diversificada é a comunidade islâmica
(ummah) e, se dão conta da capacidade e do potencial dessa comunidade, se
tornam otimistas e se transformam em pessoas com esperanças no futuro e se
sentem preparadas para desempenhar um papel nele. Reafirmam sua lealdade para
com o grande Profeta Mohammad (s.a.a.s) e estabelecem um pacto firme com o
amado Islã. Se alimentam do que os beneficia, da graça e da assistência divina,
e daquilo que desenvolve neles uma determinação firme para reformarem a si
mesmos e também a ummah, e promover a voz do Islã.
Ambas as coisas – a reforma de si
mesmo e da comunidade islâmica mundial – são obrigações perpétuas. Graças á sua
reflexão sobre as responsabilidades religiosas, sua sabedoria e perspicácia, não
é difícil para aqueles que duvidam e refletem, encontrarem uma maneira de
cumprir essas responsabilidades.
A reforma de si mesmo começa a
partir da luta contra as paixões, fazendo esforços para evitar o pecado. E a
reforma da comunidade islâmica mundial se inicia com a identificação dos
inimigos e suas conspirações, os esforços para inutilizar seus atentados, enganos
e hostilidades. Os esforços para reformar a si mesmo e a comunidade islâmica
(ummah) estão organizados pelo vínculo entre os corações, mãos e línguas dos
muçulmanos e das nações muçulmanas.
Chegados á esse ponto, um dos temas
mais importantes do Mundo Islâmico, ao qual está ligado o destino da comunidade
islâmica mundial (ummah), são os acontecimentos revolucionários do Norte da
África e da região, que até agora resultaram na queda de vários regimes
corruptos que recebiam e seguiam ordens dos Estados Unidos e foram cúmplices
dos sionistas, isso também sacudiu os alicerces dos outros regimes.
Desaproveitar essa grande oportunidade e não usá-la para reformar a ummah
constitui uma enorme perda para os muçulmanos. Atualmente, todos os esforços
das potências arrogantes e agressivas – também acostumadas á influenciar
através da ingerência – se concentram em desviar os grandes movimentos
islâmicos de seucaminho original.
Nesses grandes levantes, os
muçulmanos – tanto homens como mulheres – se lançaram contra a tirania de deus
governantes e a hegemonia dos Estados Unidos, que haviam causado humilhações
desses povos e estabelecido uma aliança com o criminoso regime sionista. Esta
mesma gente, acredita que nesta batalha
de vida ou morte, seu salvador foi o Islã e seus ensinamentos e lemas
redentores, e isto é algo que eles anunciam claramente. A defesa da oprimida
nação palestina e a luta contra o regime usurpador se encontram no topo da
lista de exigências. Eles estenderam sua mão de amizade aos países muçulmanos e
exigem a união da comunidade islâmica mundial.
Esses, são os pilares essenciais dos
levantes populares nos países que – nos últimos anos – içaram a bandeira da
liberdade e da reforma, e estavam presentes nos cenários revolucionários com
toda a força de seus corações e almas. E essas são as coisas que podem
fortalecer os pilares essenciais da reforma da grande comunidade islâmica.
Insistir nesses princípios fundamentais, é o requisito necessário para a
vitória final dos levantes populares nesses países.
O objetivo do inimigo é abalar os
pilares fundamentais. Os agentes corruptos dos Estados Unidos, da OTAN e do
sionismo, usando pessoas carentes de perspicácia e com visão superficial, estão
tratando de desviar o grande movimento dos jovens muçulmanos e incitá-los uns
contra os outros, em nome do Islã. Eles estão tratando de converter a luta
contra o colonialismo e contra o sionismo em um terrorismo cego nas ruas do
Mundo Islâmico, para que os muçulmanos derramem o sangue dos seus irmãos e dêem
oportunidades aos inimigos do Islã de saírem desse beco sem saída em que eles
se encontram e, por outro lado, manchar o nome e a imagem do Islã e seus
soldados.
Depois de ter caído em desespero,
tentando eliminar o Islã e os lemas islâmicos, agora eles voltam a criar conflitos
(fitna) entre as escolas doutrinais do Islã e estão criando obstáculos no
caminho da unidade da comunidade islâmica mundial (ummah), através de suas
conspirações para promover a fobia entre os Xiitas e Sunitas.
Com a ajuda de seus agentes na região,
eles estão criando uma crise na Síria com o objetivo de desviar a atenção dos
povos das questões importantes de seus países e dos perigos que os ameaçam,
tratando de focar a atenção do povo nos acontecimentos sangrentos que os eles
causam, com esse objetivo. A guerra civil na Síria e o assassinato dos jovens
muçulmanos pela mão de outros jovens muçulmanos, são crimes incitados pelos
Estados Unidos, pelo sionismo e pelos governos que seguem as suas ordens e
alimentam as chamas dessa guerra civil. Quem irá acreditar que os governos que
apoiaram as ditaduras opressoras do Egito, da Tunísia e da Líbia, se tornaram
agora os partidários do "chamado pela democracia" do povo Sírio? A
tentativa contra a Síria é apenas uma vingança contra um governo que sem ajuda de
nada nem ninguém se levantou contra o regime sionista durante três décadas, e
defendeu os grupos de resistência da Palestina e do Líbano.
Nós apoiamos o povo sírio e nos
opomos á qualquer tipo de atividade e ingerência estrangeira na Síria. Qualquer
tipo de reforma naquele país, deve ser realizada pelo povo sírio através de
métodos completamente internos. Que a hegemonia internacional – com a ajuda dos
governos subordinados e obedientes á eles na região – criam crises em um país
sob uma série de pretextos e logo usa a existência da crise – que eles mesmos
criaram – como desculpa para justificar qualquer crime que eles cometem nesse
país, constituem um grave perigo, e se os governos da região não fizerem nada
diante disso, devem esperar que chegue a sua época para que eles mesmos
experimentem essas conspirações das potências arrogantes.
Irmãos e irmãs, a temporada do Hajj
é uma oportunidade para refletir sobre os temas importantes do Mundo Islâmico.
O destino das revoluções da região e os esforços que as potências que foram
afetadas por essas revoluções realizam para desviá-las, são alguns dos temas.
As conspirações traiçoeiras para fomentar a discórdia entre os muçulmanos e
criar desconfiança e suspeita entre os países que se despertaram e a República
Islâmica; a questão da causa palestina e os esforços para isolar os combatentes
palestinos e extinguir a luta palestina; a propaganda anti-islâmica dos
governos ocidentais e seu apoio á aqueles que insultam o Grande Profeta do Islã
(que a Paz de Deus esteja com Ele e sua família purificada); as tramas que
preparam o terreno para as guerras civis e a desintegração de alguns países
muçulmanos; seus esforços para que os povos revolucionários e os governos
tenham medo de se opor ás potências hegemônicas do Ocidente, promovendo a
ilusão de que seu futuro depende de se entregar aos agressores, e outras
questões tão vitais, são parte dos temas importantes que devem ser refletidos
durante essa oportunidade que se apresenta graças ao Hajj e sua solidariedade e
unidade, queridos peregrinos.
Sem dúvida, a orientação e a
assistência divina mostrará os caminhos seguros para os crentes dedicados:
"E aqueles que se esforçam por nós, certamente, os orientaremos para
nossos caminhos." (Alcorão Sagrado, Surata A Aranha, versículo 69)
Que a paz, as bênçãos e a
misericódia de Deus estejam com vocês.
Seyyed Ali Khamenei
5 de Dhul Hijjah 1433
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